INFRAESTRUTURA

No Acre, Tebet afirma que economia será gigante em discussão sobre Rotas de Integração Sul-Americana

Tebet detalhou as três obras no Brasil e o porto de Chancay, no Peru, que tornarão realidade o sonho da saída acreana para o Pacífico


Acre, um dos Estados mais isolados do país do ponto de vista da infraestrutura aeroportuária e rodoviária, poderá usufruir da reversão dessa situação em pouco tempo. A Rota Quadrante Rondon, uma das cinco rotas do projeto de Integração Sul-Americana, desenha o acesso do Estado aos portos do Peru e se apresenta como uma oportunidade para agregar valor à produção e impulsionar o desenvolvimento do Estado, ao reduzir o tempo de transporte das mercadorias acreanas para outros mercados, especialmente o asiático. “Essas obras significam emprego, renda e produção para os acreanos.  E as rotas que envolvem o Acre estarão prontas até final de 2026, com exceção da ponte em Rondônia”, disse hoje a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em evento com autoridades e sociedade civil em Rio Branco, no Acre.

Foto: Diego Gurgel/ Secom/AC

No mesmo dia, a comitiva realizou uma visita técnica a um porto, situado no munício de Tabatinga, no Amazonas. Acompanhados de autoridades do Estado e parlamentares, os ministros e o governador do Amazonas navegaram na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, a bordo do navio- patrulha fluvial Rondônia.

“As rotas de Integração Sul-Americana se propõem a integrar o Brasil com países da América do Sul, mas também para fazer a nossa produção chegar de forma mais rápida e mais competitiva nos mercados da Ásia, hoje o maior comprador dos produtos do Brasil”, disse Tebet. Segundo a ministra, as saídas para o Pacífico podem reduzir em até três semanas o tempo do comércio brasileiro com a Ásia.

Tebet detalhou as três obras no Brasil e o porto de Chancay, no Peru (inauguração prevista para novembro), que tornarão o sonho da saída acreana para o Pacífico em realidade. O contorno de Brasiléia (cuja licitação deve ser lançada até maio), a conclusão de duas pontes na BR-245 (inauguração no segundo semestre) e a ponte de Guajará-Mirim, em Rondônia (já em processo de licitação, mas uma obra mais demorada porque serão 3 kms de extensão) são obras do Novo PAC. As duas primeiras somam R$ 24 milhões e a ponte representa um investimento federal de R$ 430 milhões. “Essas obras significam emprego, renda, produção para os acreanos.  E as rotas que envolvem o Acre estarão prontas até final de 2026, com exceção da ponte em Rondônia”, disse a ministra.

Tebet explicou que todas as obras no Brasil já estão previstas no orçamento e, portanto, esses recursos necessários para sua execução ao longo dos próximos três a quatro anos, estão garantidos. Ela também lembrou que o projeto também conta com uma carteira de financiamento de US$ 7 bilhões para financiar obras nos demais países, bancada por bancos regionais de desenvolvimento. Além desses recursos dos bancos regionais, o BNDES colocou mais U$ 3 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões) para obras no Brasil, que podem ser acessados por governos estaduais e municipais, acrescentou a ministra.

Ao abrir o caminho para o Pacífico, que torna o produto brasileiro mais competitivo, abre-se uma oportunidade para que o agronegócio e outros setores façam investimentos no Acre para agregar valor à produção local e gerar emprego de mais qualidade no Estado, observou a ministra. “A transformação da economia será gigante”, disse Tebet. Para a ministra, ao investir no interior do Brasil, o governo atua para reduzir a desigualdade social no país, pois uma das suas causas é justamente a desigualdade regional.

O ministro Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, sobre a preocupação que o governo federal tem tido com o olhar estratégico para o Acre. Ele ressaltou a dragagem do rio Madeiro e a ampliação de novas rotas para a aviação do Estado. “Tanto aqui em Rio Branco, quanto em Cruzeiro Do Sul, as obras estão em andamento, e o compromisso é que até outubro deste ano possamos estar com os dois aeroportos prontos, estruturados, para poder melhor receber a população. Um investimento de mais de R$160 milhões no estado. É um compromisso nosso ampliar a malha aérea do Estado”, disse o ministro.

Sobre as rotas de integração sul-americana, o ministro destacou o potencial de geração de emprego e renda e desenvolvimento da região, sobretudo em investimentos de infraestrutura. “No projeto das rotas de integração, sob liderança da ministra Simone Tebet, estamos trabalhando obras de maneira transversal, com investimento em infraestrutura, rodovias, hidrovias, aeroportos, portos”, disse o ministro.

Autoridades e representantes dos empresários do Acre ressaltaram a importância dos investimentos que o governo federal está fazendo para melhorar a integração logística do Estado. Para o prefeito da capital acreana, Tião Bocolom, as rotas contribuíram para a independência financeira do estado. “Queremos sair da dependência das transferências governamentais e só conseguiremos isso com crescimento da economia”. O prefeito ponderou que a integração do Acre com outras regiões do Brasil e outros países é um dos caminhos para o desenvolvimento do Acre. A deputada federal Antônia Lúcia, afirmou que os investimentos em rotas para o Pacífico se mostram como condição para que agricultores e empresários da região continuem a investir no estado.

O senador Alan Rick falou sobre o destaque o protagonismo da região. “A Amazônia vem sendo alvo de todo tipo de promessa, sobre manter a floresta em pé e desenvolver as potencialidades, mas há muito tempo precisamos vencer os desafios básicos e eles passam pela logística. As rotas de integração significam enfrentamento desses desafios. Lutamos pela reconstrução desta BR 364. Essa é uma luta muito importante para os acreanos”, afirmou o senador.

Ao fim do encontro, o governador do Acre, Gladson Cameli, enfatizou a importância do avanço das rotas de integração sul-americana para o estado e agradeceu a presença do governo federal na capital acreana.  Cameli ressaltou que com a obras dos aeroportos de Rio Branco e de Cruzeiro do Sul, o próximo passo seria a abertura para voos internacionais.

Fonte: Ministério do Planejamento