O presidente do STF, Roberto Barroso, disse nesta quarta-feira em Davos, na Suíça, durante sua apresentação no Fórum Econômico Mundial de 2024, que o Brasil corre o risco de perder a soberania da Amazônia para o crime organizado. Segundo Barroso, a Amazônia é vítima de um conjunto de crimes ambientais e teme que esses crimes possam “contaminar” o ambiente político da região.
“Há um problema que vem se agravando nos últimos tempos: a região amazônica passou a ter relevância no tráfico internacional de drogas, com municípios situados nas rotas hidroviárias e rodoviárias usadas pelos traficantes. Em suma: há um risco de o Brasil perder a soberania da Amazônia, não para outros países, mas para o crime”, disse Barroso.
O presidente do STF afirma que os crimes ambientais, como desmatamento, queimadas, extração e comércio ilegal de madeira, mineração ilegal e grilagem de terras, podem fomentar carreiras políticas e votos para a eleição de candidatos ligados a esses delitos. “Madeireiros, garimpeiros e grileiros têm votos ou se candidatam”.
Barroso demonstrou preocupação quanto à preservação da Amazônia e exploração mineral da região. “A Amazônia abriga algumas das grandes reservas minerais do planeta. Sua exploração é um tema controvertido, que exige uma análise sem radicalismos. Uma primeira e importante observação é que, no quadro constitucional e legislativo atual, é terminantemente vedada a exploração mineral em terras indígenas”.